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equivalência absurda, sala 3, vista geral da instalação na Sé (galeria), outubro, São Paulo, 2015 foto: Pedro Victor Brandão
5 ideias + kapital (tiragem manual ilimitada dos múltiplos), 2002-2015 mimeógrafo e folhas da constituição federal de 1988.
Uma resposta ou (re)ação crítico-poética de Fábio Morais à exposição Equivalência Absurda - Sala 3. Imagens do bloco de formulários na exposição.
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recibo
sem título, 2015, prints de postagens realizadas ou sampleadas, impressão sobre formica colado em madeira, dimensões variáveis entre 40, 30, 20cm de altura por 200cm de largura e 5 cm de espessura.
(fotos acima: Pedro Victor Brandão)
barra-corpo, 2015, metal fixado no chão localizado na frente da porta de entrada da sala de exposição, 166 cm de raio e 4 m de circunferência.
foto: Pedro Victor Brandão
Para a sua primeira individual na Sé, Traplev selecionou e editou conteúdos para apresentar trabalhos inéditos nos quais sampleou imagens e manchetes para utilização em alguns dispositivos escolhidos para a mostra.

Entre informações da mídia massiva e outras notícias de contra-história e contra-comunicação, Traplev propõe instalações e intervenções que reverberam ideias e pensamentos de contravenção, crítica e registro do absurdo. Este último denota um ápice do momento histórico em que vivemos.

Questionar o absurdo parece uma ação praticamente sem sentido, pois todos os conceitos que regem as jurisdições públicas estão completamente alteradas e alienadas.

O vácuo da informação é o corpo do trabalho. O inconsciente coletivo (político, social, cultural, artístico, etc) de reflexões e posicionamentos é o que constituem esse gatilho. O trabalho reflete o clichê desses tempos no campo estético, fazendo-o permanecer como linguagem para esbarrar em um posicionamento.
Equivalência absurda, sala 3:
Contextualizando e registrando esse período histórico em que nos encontramos, Traplev sampleia e apreende o tempo, se utilizando de dispositivos para traçar um percurso questionador e crítico, onde sua prática de editor do recibo fica evidente na sua prática como artista e vice-versa.

"Parcela Autônoma de Equivalência" é um benefício para magistrados, que teoricamente teria acabado em 2012,e que é uma remuneração criada pela inclusão do "auxílio-moradia" de um pouco mais de 4 mil reais, aos nobres Juízes brasileiros, que nessa época tinha um teto de 28 mil reais de salário (2015-2016 a média chega a um pouco mais de 41 mil reais por mês + outras gratificações).

Frases e textos recortados das mídias digitais e ou postagens autorais realizadas em redes sociais​​ se amplificam no espaço​​ subjetivando a realidade política e social do país.​

​Outros dispositivos também permeiam a exposição como um mimeografo que imprime em folhas da constituição federal as palavras "kapital" e " 5 idéias" e uma espécie de mobiliário "barra-corpo" que ​​introduz e alerta o visitante​ ao adentrar a sala da galeria.​

​Os detalhes estão nos desfocos dos trabalhos, assim como a própria video-instalação apresentada em duas tvs planas (colocadas na vertical no chão encostadas na parede), evidenciam esse ultra-tempo no século XXI, onde simultaneamente tudo é jogado em nossos olhares, não só gifs animados, como imagens que rodaram as mídias entre manchetes jornalísticas e postagens do próprio artista em random e sampleadas pelo aplicativo bot, editadas pela web-artista Biarritzzz, condensam e surpreendem essa dimensão do espaço, como um vácuo simultâneo das camadas de história.​
Sobre a Equivalência absurda na sala 3: