O sexto número de recibo produzido em 2010 pelo Programa Cultura e Pensamento do Ministério da Cultura é uma das quatro revistas/publicações selecionadas para editar seis novas edições com uma tiragem de dez mil exemplares cada número, totalizando ao final sessenta mil exemplares distribuídos. O formato da "revista" em papel couchê em quatro cores foi um padrão do programa assim como a impressão e a distribuição. Cada editor ficava com dois mil exemplares para sua distribuição, os oito mil restantes era distribuído em vários lugares pelo Brasil, entre pontos de cultura, bibliotecas, centros culturais entre outros estabelecimentos culturais*.

Pela primeira vez em oito anos, recibo tinha recurso para a produção, impressão e distribuição. A partir disso os projetos editoriais de recibo começaram a ter outra política, de convidar outros editores para os projetos editoriais e designers e artistas para o projeto gráfico, isto não era uma regra, mas a partir deste número amplia-se a colaboração e profissionalização em partes, de sua produção.

O recibo 88 foi co-editado com a pesquisadora argentina Teresa Riccardi e é baseado no livro do escritor francês Georges Bataille chamado "A Parte Maldita, precedida sobre a noção de despesa" escrito entre os anos de 1930 e 1940. Neste livro, que trata da “Economia Geral”, Bataille parte do princípio que a fonte e a essência de nossa riqueza são fornecidas pela irradiação do sol, que dispensa energia sem contrapartida. O sol dá sem nunca receber (...). Nesse sentido, pensamos a economia (dentro do contexto da prática de artista), como uma forma abstrata para tratar a realidade (valores e sub-valores), condensados por uma ficção ‘impossível’ do real.

Com este contexto e meta, foram convidados vários artistas e pesquisadores para desenvolver essa reflexão acerca do desdobramento do pensamento de Bataille.
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recibo 88
* Importante registrar que este foi um Programa do último ano do segundo mandato do Presidente Lula, na passagem para o governo Dilma em 2011, e na troca do Ministro da Cultura Juca Ferreira para Ana de Hollanda, o programa foi interrompido por mais de 12 meses, criando um prejuízo para todas as revistas e editores contratados, após muita pressão e acompanhamento o projeto foi retomado, mas a parte da distribuição ficou comprometida e não houve por parte do Ministério e produção do Programa responsabilidade e transparência para afirmar e divulgar os pontos das mais de duzentas mil revistas (eram 4 revistas produzindo seis números com tiragem de dez mil exemplares cada) produzidas pelo Programa Cultura e Pensamento.
intervenção de traplev
intervenção de deyson gilbert